segunda-feira, 26 de abril de 2010

Silêncio e Distância

André Matos

Estando aqui por tanto tempo
Amanhã eu ousaria
Silencioso e distante
Procurando, distraído
Roubando sussuros do fundo de minha procura


E você me olha
Esperando por algo novo
Minhas mãos, tão vazias
Quanto meu corpo e minha alma
Poderiam continuar fingindo
Mas em meu coração, eu já parti


Você continua olhando fixamente para minha face
Mas seus olhos parecem perdidos
Prestando atenção nas velas
Contra o céu azul

Oh, estou pensando
Num caminho de volta pro mar
Este vazio me queima por dentro
E me conduz a milhas sem fim

Não me deixe ir
Embora através do mar
Ele parece ser mais largo
Do que realmente parece

Oh eu ainda estou procurando
Um caminho para ser livre
A solidão nos enforca
Mesmo que não possamos ver

Agora me deixe ir
Embora através do mar
As ondas podem não ser tão altas
Como elas fingem ser

E agora eu sei
Em meu coração, eu não esquecerei
As velas contra o céu azul
Que me ensinaram a viver

... Sem mágoas
E amanhã compartilharemos
Silêncio e distância
Até que nossas falhas sejam reparadas
Você será a dama
Que eu nunca esquecerei

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Reposicionando pensamentos


Você entrou na minha vida, e fico triste por eu sentir que não estou entrando na sua. Das pinturas que a arte da vida nos proporciona, você tem sido uma delas.

Vivo buscando repertórios no silêncio de uma viagem solitária. Tentei por encantos, recantos e lugares te imaginar comigo, em nenhum momento fora possível. Só te vejo distante, distante como ausente, que sequer em sua mente consigo estar.

Vivo buscando no infinito alguém que como amigo tente te substituir. Outrora busquei olhares vazios, ínfimos de desejo, tardios de pensamentos, quando de repente me pego a sós contigo e nada acontece.

No vazio da noite, sozinhos trancafiados em um quarto escuro, tento te encontrar em um beijo solitário, que só me chega na manhã seguinte. Um beijo gostoso, mas que durou pouco.

Eu voltei, e sozinho, pensando, não vejo outra saída a não ser reposicionar meus sentimentos e te dizer, que só amizade não basta, porque se assim for, nem sei o que dizer...

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Pistas de você


Betto Aragão

Dia chuvoso, eu a viajar pelo asfalto em busca de pistas de onde encontrar você. Busquei vagamente por sinais que sutilmente me dessem pistas de você.

Tão logo os raios solares transpareciam a cortina d’agua me dando ideias e pistas de onde encontrar você.

Solitário, meus pensamentos sacudiam suas lembranças em minha face como se dissessem: “a pista de você me encontrar é a saudade que tu me fizestes ter quando estive com você”.